O mapa de zonas consideradas em risco voltou a ser atualizado em Pelotas. O anúncio aconteceu nesta quinta-feira (16), em função da elevação recorde do Canal São Gonçalo. Áreas como Navegantes, Fátima, Balsa, Parque Una, Umuharama, Lagos de São Gonçalo, partes baixas do Simões Lopes, início da Anchieta e rua do Pântano, por exemplo, passam a figurar novamente na cor vermelha. Moradores desses locais, portanto, devem deixar suas casas, conforme orientação da prefeita Paula Mascarenhas (PSDB).

> AO VIVO: acompanhe a situação em tempo real.

Em live realizada por volta do meio-dia, a gestora também destacou que a zona de risco foi ampliada no Laranjal. A prefeita comentou sobre o caso da rua Vacaria, que não estava em área vermelha e apresentou inundação nesta manhã. "[O motivo da situação foi] Um retorno da água pelo sistema de drenagem, algo que não tinha sido previsto. A gente vai, também, aprendendo com a realidade. Peço desculpas, a gente já corrigiu e a Vacaria passou para vermelho", afirmou.

Dique

Na transmissão ao vivo via redes sociais, a prefeita de Pelotas afirmou ainda que o dique junto ao São Gonçalo respondeu bem à elevação recorde. Porém, a estrutura de contenção “vem sendo testada”. Paula Mascarenhas ressaltou a orientação permanente de técnicos da UFPel das áreas da hidrologia, meteorologia, cartografia e matemática. “Mas como tenho dito, são muitos os fatores que influenciam”, disse.

Elevação surpreendente

Ela enfatizou a surpresa com a rápida elevação das águas na região, antes do esperado. Segundo a gestora, isso provavelmente aconteceu porque o canal em Rio Grande teve maré alta na quarta-feira, um comportamento que não vinha acontecendo. Essa mudança na maré afetou todo o sistema, que é complexo.

“É muito difícil nós podermos garantir, por mais que tenhamos especialistas, o nível a que vai chegar o São Gonçalo com antecedência. A gente vai precisar, portanto, ter mais precaução”, falou a prefeita.

Pedido de conscientização

Paula Mascarenhas disse na live que prefere ser criticada por “excesso de zelo” do que por negligência ou omissão. Pediu ainda para que as pessoas não trafeguem pela Ferreira Viana, que apresenta muita água na pista Centro-bairro, sem necessidade. E, também, para que a população não faça o chamado “turismo de tragédia”, ou seja, para que não visite locais como o dique do São Gonçalo, por exemplo, apenas por curiosidade.

“A gente não sabe se essa água vai baixar imediatamente. E se ela baixar, em breve, vai ter a água do avanço do Guaíba [o nível está caindo em Porto Alegre]. [...] É muito sério o que estamos vivendo e preciso da conscientização de cada pessoa”, também afirmou Paula na live desta quinta-feira.

O cenário seguirá sendo monitorado por especialistas, equipes de segurança e autoridades em Pelotas.